O que mais precisamos nessa vida e devemos ter como necessidade básica para nos abastecer diariamente, é nos sentirmos amados.
Não basta só o amor carnal provido por outros, mas sim o amor provido por nós para nós mesmos, pois com este, tudo mais é um complemento que realça e nos preenche ainda mais. Faz-nos sentir importantes, valorizados, nos despertando para os bons momentos, para a alegria, a felicidade, desprezando as contrariedades, com isso os problemas se mostram menores, somos mais tolerantes, corajosos, positivos, capazes e criativos, e a vida se torna nossa maior motivação.
Mas o que mais existe e se vê como maior problema, maior necessidade nas pessoas é exatamente uma carência afetiva cada vez maior e por mais que se possa ter um afeto, nunca é o suficiente para ocupar o grande vazio que se criou ao longo do tempo. A falta de um amor e, do amor próprio torna-se o fator mais relevante que nada consegue suprir por melhor e mais significativo que seja o que se é encontrado.
A referência e a consciência do que é prioritário se perde e tudo se confunde, resumindo-se a um único e grande problema que faz naufragar todos os outros motivos dados pela vida, tão importantes ou até mais que o incomodo da ausência ou escassez afetiva nos moldes criados pelo sentimento de solidão a que cada um se submete de forma tão cega.
Em muitos casos a obsessão pelo preenchimento desta carência afetiva e as dimensões que se atribui a ela, muito além do que realmente é, tornando esta obsessão, um fosso tão profundo que esconde a visão da alma e da razão para tantas outras compensações que a vida coloca a frente deste ser, e desta forma, oportunidades são perdidas e nunca mais recuperadas.
A carência afetiva é um sintoma claro da desnutrição da alma, que se não cuidado a tempo gera uma série de doenças que se estende do espírito ao corpo físico, que influenciarão de forma direta a mente, a personalidade, o emocional, afetando de forma altamente prejudicial o comportamento, os relacionamentos, a autoestima gerando insatisfações pessoais e profissionais, depressão, medo, insegurança, solidão, doenças e tormentos de toda ordem.
A energia dessas sensações, desabastece e desequilibra os chacras vitais, fragilizando principalmente a saúde física e mental das pessoas, gerando assim o aparecimento de uma serie de doenças que fogem aos olhos e ao conhecimento da Medicina terrestre, não se conseguindo um diagnóstico acertado e uma eventual cura.
A carência afetiva é como um imã, uma ancora que puxa para baixo gradativamente, presos as garras que sua própria mente criou, inconscientemente sugando todas as suas energias vitais, pois geralmente quem está carente afetivamente se desprende da realidade, entra em desespero, perde o bom senso e as medidas do que é justo, licito e verdadeiro, e desta forma comete os maiores erros, enganos e as piores escolhas, como por exemplo, se espelhar na primeira pessoa que lhe dá um mínimo de atenção ou que por algum motivo lhe chame a atenção, sem se quer conhecer a verdadeira identidade e personalidade dela. Desta forma acaba se machucando cada vez mais, pois geralmente o outro é o oposto da perfeição que se criou ou possui outras qualidades que se despreza por não atender ao que se idealizou guiado pelo desproposito da carência, o que pode causar uma frustração dolorosa para ambos. Assim transfere-se a insatisfação pessoal, camuflam-se fragilidades, enxergando-se uma realidade de forma distorcida e equivocada, como enganosamente melhor lhe convém, agravando ainda mais o problema ou gerando um que a principio nem existia.
Tente reeducar sua mente, rever e mudar seus conceitos, pode até parecer contraditório, mas já pararam para pensar que a pessoa afetivamente carente é a mais egoísta, porque ela se fecha em seu casulo, na solidão e desânimo, seus problemas são os maiores, e se coloca na condição que todos e o mundo devem vir em seu auxilio, chegando a atribuir aos outros, culpas indevidas. Só ouve a si mesmo por mais que ouça outras vozes e veja outros exemplos. Quer por obrigação ser o centro das atenções, e se desespera quando por algum motivo é esquecido. Busca se aperfeiçoar cada vez mais na tentativa às vezes em vão de se destacar, de querer se sobressair, mesmo quando isso não é necessário, não para somar e unir valores, mas vivendo uma mediocridade, chegando ao ponto de se incomodar e se sentir inseguro frente a capacidade que atribui aos outros, por sua própria conta e que a seu ver considera maior que a sua própria, vendo-os como concorrentes, quando poderia de mente mais aberta vê-los como um fator contribuidor que agregado aos que possui poderá produzir coisas bem maiores e atingir metas muito além das esperadas. O que é pior nesta postura e tornar valorosos fieis e comprovados aliados muitas vezes de longo tempo em inimigos.
O carente afetivo cria um ser e uma realidade que não existe, criada e interpretada por ele mesmo, fantasia o seu mundo, e se considera dono da verdade, nunca aceita estar errado mesmo nas pequenas coisas, usa de justificativas sem sentido, percebidas por todos, tornando-se até motivo de deboche, assim como acaba por esperar dos outros, atitudes parecidas, exigindo mais do que e possível dar, magoa-se fácil e desanima com muito mais facilidade, expõe pensamentos de negatividade, normalmente baseados em fatos passados que nada mais representam. Nunca se lembrando de que todos os tropeços que teve ao longo da vida foi fruto deste mesmo comportamento não tendo a humildade de buscar uma mudança através de um autoexame consciente e honesto.
Quando o que de mais simples se deve fazer é escolher mais, selecionar mais, avaliar melhor, desde o próprio íntimo, do contrário estará permitindo que se trave e que outros da mesma forma travem a sua vida, e nunca mais sairá de seu casulo para voar em liberdade, aceitando-se como verdadeiramente é, e a vida que tem, sem comparativos com outras pessoas, no que são e no que possuem, e desta forma buscando sempre um aprimoramento, mas para isso, amando-se em primeiro lugar e depois aos outros e pelos outros, bem como pela vida, valorizando mais o espírito e não a matéria.
Texto escrito pela Mentora Espiritual Sônia Moreno