Iansã

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Definição

Iansã (Oiá) é a divindade dos ventos e das tempestades. Em Iorubá seu nome O-ya significa “ela rasgou”.

Orixá do movimento e da renovação, do raio, da eletricidade, dos ciclones, furacões, tufões e vendavais. Sua energia é pulsante, viva, vibrante. Tem como essência o fogo e o ar em movimento. Associada a água da chuva.

Está ligada à floresta, aos animais e aos espíritos que a povoam. Segundo os mitos, Oiá assume a forma de um búfalo africano que vive em charcos lamacentos.

Ela é guerreira e imponente, combate as injustiças, as demandas e os despropósitos que fragilizam o ser humano, minando sua resistência. Dá à humanidade capacidade de reação, fibra e coragem na busca às metas e aos objetivos estabelecidos por Oxalá.

Seu magnetismo aéreo nos dá sustentação, ordenação, direção e segurança. Promove um arejamento mental em nosso emocional, direcionando nossa evolução e fortalecendo nossos sentimentos. Quando nos sentimos perdidos, sem saber que rumo tomar, devemos pedir direcionamento à Iansã, nos negócios difíceis de resolver, nos relacionamentos sentimentais, em todos os campos onde possamos estar em dúvida e que precisemos de um direcionamento correto.

Sua energia eólica (ar) é imprescindível à saúde mental e emocional para nos dar o sentido correto de nosso caminho, de nossa missão traçada no plano espiritual. Com seu movimento e direcionamento nos abrimos ao novo, sabendo que caminho tomar nas questões do dia a dia, na busca de soluções rápidas, usando a inteligência de forma criativa (ideias) para soluções de nossos problemas. Serve como elemento purificador em situações de tensão. Sua energia impõe limites e limpa a atmosfera das distorções existentes.

Ela é o impulso do movimento universal, movimento em espiral que sobe e se relaciona com tudo. Também considerada o Orixá do tempo, atua em todas as dimensões e em todos os elementos, nas pedreiras, no mar, nas cachoeiras e nos ventos, envolvendo todos os sentidos. Por ser ordenadora é aplicadora da Lei e dá direção aos espíritos (Eguns) quando estes se encontram perdidos, negativos, desequilibrados, emocionados pelos vícios e redireciona-os dando novo sentido da vida, renovando a sua fé, abrindo novos caminhos para evolução desses seres, direcionando-os à luz. Ela guia os espíritos desencarnados junto com Omulu, portanto ela é a senhora dos cemitérios.

É o Orixá das paixões, do desejo, do ciúme, do charme e da sensualidade.

 

Arquétipo – Características das filhos de Iansã

Seu arquétipo é vivo, conquistador, ativo, ciumento, podendo ser até mesmo cruel, colérico e intolerante.

As mulheres de Iansã são audaciosas, poderosas e podem ser até autoritárias. Serão fiéis e muito leais, mas se forem contrariadas injustamente poderão reagir violentamente, não perdoam quem as magoa. Não gostam de se sentir pressionadas ou desrespeitadas, têm dificuldade em pedir perdão, sempre fortes, cobram-se muito.

Podem ser briguentas e apassionadas. Entretanto também bastante envolventes, amorosas, cativantes, transparentes, decididas, possuem a capacidade de tomar decisões ousadas, são corajosas, dinâmicas, amigas e companheiras, chegando até ser possessivas com os seus. Destemidas e também um pouco inconsequentes, impulsivas.

São ágeis no pensar e no agir, objetivas, líderes natas, conseguem ser imparciais. Têm grande senso de justiça. Apreciam pessoas alegres e comunicativas, ambientes enfeitados, viagens e passeios, homens envolventes e trabalhos agitados. A monotonia as incomoda.

Donas de uma sensualidade exuberante são sedutoras e charmosas, joviais e muito sociáveis, extrovertidas.

 

Chacras  

Todas as Iabás regem o chacra frontal, da sensibilidade.

Iansã/Oiá se relaciona também ao chacra da base da coluna vertebral que se situa logo acima do cóccix.

Iansã é o impulso, a energia Kundalínea que parte do chacra da raiz para encontrar e despertar o Bindu, seu centro neutro, o qual, ativado, proporciona a essência original a todos os outros centros/chacras, vitalizando-os, limpando-os e, consequentemente, mantendo-os sadios e ativos. A energia que conhecemos como Oiá/ Iansã vai ativando os vários chacras do corpo físico ligados à coluna vertebral, como se apresentam em suas relações com os principais Orixás, fazendo resplandecer o que cada um deles pode ter de melhor.

Iansã também atua no chacra laríngeo, junto com Ogum, pois é aí que se estabelece a comunicação criativa, a expressão com o mundo. Desse chacra recebemos o estímulo dos sentidos de direção e ordem. A Lei se torna expressa por palavras, ações e gestos. Chacra da Psicofonia, clariaudiência, mediunidade, expressão com o Mundo.

 

Características

Dia da semana: quarta-feira.

  • Cor: amarela, vermelha.
  • Comemoração: 04 de Dezembro.
  • Sincretismo: Santa Bárbara, Joana D’Arc, Santa Catarina.
  • Chacras: Frontal, base-Kundalini.
  • Elemento: Fogo, ar em movimento.
  • Domínio: os ventos, as tempestades e a morte.
  • Metal: cobre.
  • Comidas para oferenda: acarajé, bobó de inhame, abacaxi em calda, arroz doce com bastante canela em pó por cima.
  • Bebidas para oferenda: Champanhe, espumante branca.
  • Frutas: Manga rosa, uvas, pera, maçã morango, melão, melancia, laranja, banana, figo, ameixas, romã, pêssego, pitanga, framboesa, abacaxi, goiaba vermelha e cajá.
  • Flores: rosas amarelas, flores amarelas, girassol.
  • Ervas: Dandá-da-costa- tiririca, espada de Santa Bárbara, espada de São Jorge, para-raio, pinhão roxo, quebra demanda, abre caminho, flor de calêndula, cipó-caboclo, gengibre, folhas de limão, losna, peregun verde-amarelo- dracena, pitangueira, romanzeiro- romã-folhas e casca do fruto, samambaias.
  • Símbolos/Ferramentas: Raios de dois ou quatro segmentos, espada, iruquerê (relho feito com crina de cavalo, usado para afastar os Eguns), alianças (par), punhal, taça, coração, leque de penas, vassoura de crina de cavalo, cálice, espelho, pente, espada feita de raio, rebente de três pernas, moedas, búzios.
  • Saudação: Eparrei Iansã! (Salve Iansã!).

      Elementos que compõem a oferenda

Fita amarela, 07 velas amarelas, espumante branco, uma taça de vidro, toalha amarela, alguidar para comidas (arroz doce, canjica com mel ou canela, abacaxi em caldas, frutas em geral) flores amarelas.

 

Lendas

1) Um rei tinha uma filha chamada Ala. Ele queria casá-la com um príncipe poderoso. No entanto, a princesa possuía um amante e do amante ela esperava um filho. Sabedor do fato, o rei resolveu matá-la. Numa barca, levou a princesa até o meio do rio, do rio onde vivia Oxum. Jogou a princesa no meio do rio, a casa de Oxum. O rei tinha um papagaio que o acompanhava sempre. O papagaio tudo presenciou. Tempos depois, alguns pescadores viram uma caixa boiando no rio. Foram ver de perto e dentro tinha uma criança. Assustaram-se com o que viram. Temerosos, abandonaram o seu achado na margem do rio. Pelo mesmo lugar passou outra embarcação e seus ocupantes foram atraídos pelo choro da criança. Os viajantes acabaram recolhendo a criança e a levaram a presença do rei. O rei ficou feliz com o presente e resolveu apresentar a criança ao povo como sendo filha sua. Ele sentia falta da filha que afogara, sentia-se sozinho. Deu uma festa para apresentar a nova filha que adotara. Quando todos estavam reunidos, o papagaio contou-lhes a cerca de todo o sucedido. Disse que a menina havia nascido na casa de Oxum. Portanto deveriam devolvê-la ao rio. O rei então se deu conta que a menina era sua neta e devolveu-a ao rio onde nascera. A criança cresceu protegida por Oxum. Essa menina era Iansã.

 

2) Oyá sendo estéril e ansiosa por ter filhos buscou um babalaô para consultar o oráculo de Ifá, e foi aconselhada a fazer uma roupa em vermelho para os ancestrais e um sacrifício de carneiro, com os quais logrou sucesso e acabou por parir nove filhos, proibindo-se nunca mais comer carneiro e se tornando a Iansã, mãe dos espíritos ancestrais e dominadora absoluta dos egunguns, seus filhos diletos. Oyá-Iansã é a transportadora dos espíritos humanos após a morte, ela os leva do Aiyê (terra) para o Orum (céu, mundo dos encantados). Oyá é o orixá que deu “roupa” aos egunguns para que eles pudessem andar entre os seres vivos e fossem vistos por estes, e por estes fossem cultuados.

3) Oyá (Oiá) é a divindade dos ventos, das tempestades e do rio Níger que, em iorubá, chama-se Odò Oya. Foi a primeira mulher de Xangô e tinha temperamento ardente e impetuoso. Conta uma lenda que Xangô enviou-a em missão na terra dos baribas, a fim de buscar um preparado que, uma vez ingerido, lhe permitiria lançar fogo e chamas pela boca e pelo nariz. Oiá, desobedecendo às instruções do esposo, experimentou esse preparado, tornando-se também capaz de cuspir fogo, para grande desgosto de Xangô, que desejava guardar só para si esse terrível poder.